domingo, 6 de março de 2016

O sebo do dia seguinte

(caio silveira ramos)

            De tanto andar, fui parar em frente de um sebo na rua Cristiano Vianna, em São Paulo: um prédio aparentemente pequeno, com uma porta estreita e uma grande vitrine onde se lia: “Sebo Café Memória”.  Entrei.
         Por dentro, o sebo era grande: prateleiras abarrotadas até o teto. Livros, revistas e catálogos empilhados pelo chão. Centenas de LPs apoiados em três degraus que levavam a um piso um pouco mais alto e igualmente tomado por livros.  Perto da entrada, um balcão feito de tijolos (e que provavelmente tinha sido construído para abrigar o “setor do café” do sebo) fora também abocanhado pelos livros, dando a impressão de que não se arranjaria ali nem um copo d’água de torneira.  Procurei apoiar meus pés nos espaços vazios do chão, esbarrei nas pilhas de livros, me equilibrei. Até que avistei uma moça que parecia tentar fazer uma inútil faxina no lugar.  Perguntei se ela tinha um LP de um velho sambista paulistano.  A moça sumiu entre as prateleiras e de repente ele chegou: cabelo grisalho escorrido até o pescoço, barba por fazer, olhos enormes e um andar que parecia estar com soluço.
         “É você quem procura o LP?”
      Tinha um jeito meio ríspido, desafiador. Talvez o dono do sebo estivesse ressabiado: por que um fulaninho de óculos e com cara de violinista iria querer um LP de um velho sambista malandro?  Mas conversando com o homem – que se chamava Amadeu – percebi que eu estava enganado: ele só queria conhecer a pessoa que procurava um LP antigo, de um músico antigo, quase esquecido. E que ele admirava.
         Conversamos longamente aquele dia. Seu Amadeu tirou de algum lugar duas cadeirinhas de criança feitas de madeira e me convidou para sentar ao lado de uma vitrola.  Colocou discos para eu ouvir, me mostrou livros.  Rimos muito.  Bradava contra os enjoados: “poeira não é sujeira!” E desafiava os modismos dizendo que, quando morresse, deveriam escrever em seu túmulo: “no estádio, nunca fiz ‘ola’ ”, talvez querendo dizer que não era um maria-vai-com-as-outras.  Quando me despedi, confessou que tinha em casa outros livros e discos interessantes que poderia trazer no dia seguinte. Fiquei de voltar.
         E voltei. Voltei no dia seguinte, e no outro, e no outro. Às vezes saía carregado com livros e discos.  E sempre ouvia a mesma proposta: leva, vê, depois você me devolve.  O que eu comprava, ele me vendia barato, quase constrangido.
         Mesmo saindo tarde do serviço, antes de voltar para casa, passava no sebo para conversar. Íamos para uma saleta nos fundos da loja, também abarrotada dos mais diversos títulos e com outras duas cadeirinhas se equilibrando nas pilhas de livros.  E por horas ficávamos papeando, falando sobre literatura, música, política e também sobre o passado dele, cheio de negócios que não deram muito certo (chegou até a me propor uma sociedade em uma loja de “bandoneons”, que gentilmente recusei não só por não ter nenhum centavo: “uma loja de bandoneons no Brasil, seu Amadeu? É falência na certa.”).  Confessou também alguns vícios, dos quais só sobraram os cigarros. Muitos cigarros, que mantinham suas unhas eternamente amareladas. De vez em quando as conversas iam para a parte da frente da loja e os assuntos se desenrolavam junto à vitrola que tocava Eliseth Cardoso, Carlos Gardel ou Piazzolla.  Lá pela meia-noite, eu o ajudava a apagar as luzes e a descer as portas de correr.  Depois subíamos juntos a rua Teodoro Sampaio até nos despedirmos na entrada da galeria que dava acesso ao prédio onde ficava o apartamento (também tomado pelos livros) em que ele morava com Dona Miriam e seus três filhos.
         Nas manhãs que eu passava no sebo vasculhando prateleiras e jogando conversa fora, via seu Amadeu atendendo seus clientes.  Alguns chegavam tímidos, procurando algum título.  Então, ele se metia no meio das estantes e trazia o tal volume. Mas se achava fraco o livro pedido, oferecia também outro, mais interessante, instigando o cliente com comentários sempre curiosos.  E se o fulano dizia que não tinha como pagar, muitas vezes seu Amadeu dizia: “pode levar, fica com ele”.   Se algum desavisado pedia algum livro que ele achava ruim (“tem o ‘Minha luta’, do Hitler, tiozinho?”), ele contornava: “tenho, é bem caro, mas só consigo para amanhã.  Enquanto isso, por que não vai dando uma lida nesse, que é sobre o mesmo assunto?”. E o moleque saía todo feliz do sebo com um livro denunciando as mazelas do Holocausto. 
         Esse “tenho, mas só consigo para amanhã” era uma de suas frases mais repetidas. E não era mentira.  Como sua casa era uma extensão da loja, ele, rei no meio do caos, sabia que tinha o título pretendido. Talvez dentro da banheira ou embaixo da cama. “Este é o sebo do dia seguinte”, me confessava baixinho, rindo com todos os seus dentes.  Muitos clientes ele perdia com essa história. Mas a maioria voltava. Voltava, no dia seguinte, fascinada como eu pelo mundaréu de livros.  Ou pela conversa do dono do sebo.
         Um dia, apareci com um conto inspirado nele. “Mas só consigo ler para amanhã”, gracejou para esconder o encabulamento.  E no dia seguinte, sentado na cadeira de criança, ele ergueu as sobrancelhas e me segredou: “quer me fazer chorar?”.
         Tempos depois, na porta do sebo fechado, vi meu conto pregado, olhando para a rua:

O descobridor das palavras

(caio silveira ramos)

            Morava com minha mãe em um quarto e sala que ficava em cima de um galpão que eu nunca vira de portas abertas.     Porém, quando voltei das férias na casa da tia Marina, havia alguma coisa lá.   As pesadas portas de ferro estavam abertas e de dentro brotavam livros de todos os tipos: novos, usados, com capas coloridas ou apresentados em sisudas coleções encadernadas de couro.  Fiquei ali em frente à vitrine, parado, os olhos passeando pelas capas, querendo aterrissar em um volume vermelho com um enorme balão amarelo desenhado.
         Só conhecia os livros da escola, pois em casa não cabiam estantes e a minha mãe "não se matava no tanque para jogar dinheiro fora." Mas aquilo tudo inundava minha cabeça, meu nariz e queria, queria muito sair pela boca.
         Quando minha mãe já me puxava pelo braço e abria o portão para subirmos para casa, uma voz deu duas piruetas e se deixou cair nas minhas costas: "Senhora, deixa o menino ver!" "Obrigada. Fica para outra vez."  E me puxou de novo. Mas a voz me grudara nas costas: "É esse que você quer, garoto?"  "Já disse que fica para outra vez. Não tenho dinheiro agora." "Não precisa pagar, não.  Deixa ele levar, depois me devolve.  Vocês não moram aqui em cima?"
         Olhei minha mãe desconfiada. Olhei o homem me estendendo o volume vermelho.  E antes que algum deles dissesse não-sim, peguei o livro com seu balão e, agradecendo envergonhado, subi correndo as escadas de casa.
Enquanto minha mãe tentava entender aquele homem, areando com força uma panela na cozinha, eu, sentado no chão da sala, acariciava o brinquedo novo.  Agora dava para sentir sua capa antiga, passear pelo azul (sim, havia um céu azul empoeirado), perceber que havia dois homens e uma moça dentro do cesto do balão e tocar com os dedos as letras em relevo: "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias".   Dava também para reconstruir o rosto do dono da livraria (que, depois fiquei sabendo, chamavam de sebo): cabelos grisalhos puxados para trás que escorriam até os ombros. Óculos de aros escuros escorregando pelo nariz. E a voz, de um rouco abafado, que ajudava a desenhar o sorriso de piano.
         Passei a ir sozinho para escola e na volta parava na frente da vitrine. Espiando.  Um dia, ele me surpreendeu e perguntou se eu não queria entrar. Fiquei encabulado, já tinha terminado o livro, mas disse que precisava almoçar. "Então volte depois."
         Comi depressa, sem olhar minha mãe, que como sempre ficava muda. Terminei, lavei meu prato e fui levar o lixo para a rua. Antes de sair, experimentei: "preciso devolver o livro." "Vá, mas não demore."
         Primeiro entraram meus olhos.  Diferente da vitrine, o sebo parecia uma bagunça: livros por todo canto, pilhas mal equilibradas e discos de vinil em fileiras pelo chão.   Depois foram os ouvidos: um som angustiado, som de línguas estranhas vindas de uma vitrola em um canto.   E ao lado da vitrola, sentado em uma cadeira de criança, estava ele: "Pode entrar, sente aqui ao meu lado. Gostou do livro? Deixe este ali naquela pilha e escolha outro."
         Fiquei lá boa parte da tarde.  Entre conversas com clientes e resmungos com a esposa Judith, fiquei sabendo que seu nome era Irineu, que a música da vitrola se chamava tango e que era cantada pelo moço emoldurado em uma das poucas paredes livres: Carlos Gardel. Me mostrou livros antigos de aventura e me apresentou a “seu” Lobato com um "leve 'Viagem ao Céu'." Havia também um pôster apoiado em uma pilha de discos, com a foto de um cantor de braços abertos, que parecia o homem mais feliz do mundo e se chamava Germano Mathias. "O Catedrático do Samba!", apresentou seu Irineu, enquanto trocava o disco de tango por um batuque que sincopou irresistível em meus sapatos.
E aquele ritual se repetiu por todos os dias seguintes.  Depois do almoço eu fazia as entregas das roupas das clientes de minha mãe e ia para o sebo, procurar livros, ler muito e ouvir o Gardel e o Mathias.  Eu chegava com um “oi” encabulado e procurava uma das cadeirinhas próximas da vitrola.  Ele sorria e às vezes se sentava ao meu lado, sugerindo leituras ou me estendendo um pequeno dicionário para eu mesmo brincar de Cabral com as palavras.  Outras vezes eu só ficava lá, quietinho, vendo ele conversar com clientes sobre autores que fui, aos poucos, reconhecendo nas estantes. 
          Havia dias em que ele saía para comprar mais livros. E antes que voltasse com sacolas carregadas de mais volumes antigos e seu estranho caminhar de dançarino de valsa, dona Judith conversava comigo: “que sua casa estava tomada pelos livros, que não podia nem mais ver novela porque o sofá fora soterrado”. Mas seu olhar era inundado de paixão por aquele homem tão estranho.
           E eu me tornei uma traça faminta. Devolvia um livro, pegava outro. Às vezes seu Irineu aconselhava: "saboreie mais as palavras." 
 Isso durou até eu cair doente.  Febres e pesadelos me derrubaram por uma semana. Sonhava com Dona Judith, tentando ver a novela por entre os livros. Outras vezes ela estava sentada em cima de uma pilha enorme, batendo a cabeça no teto, assistindo à TV que ficava em cima de outra grande pilha: palafitas de papel e eletrodomésticos. Noutro sonho, seu Irineu fechava o sebo, um caminhão levava todos os livros embora. Um barulho terrível derrubava todas as estantes de tijolos e tábuas. E eu delirando: "eu preciso devolver o livro, eu preciso devolver o livro."
        Quando fiquei melhor e pude sair para rua, as portas de ferro estavam realmente fechadas. Minha mãe desconversou. Voltando da escola, eu tentava olhar por um buraco, mas o galpão continuava escuro e silencioso.
Não pude devolver o último livro, que reli um milhão de vezes.   Refiz todas as viagens de Marco Pólo e me tornei amigo íntimo de Kublai Kan.   Até o dia em que minha mãe me entregou um pacote.  "Estive no centro da cidade e me lembrei de você." O papel era amassado, o embrulho mal feito: seus dedos grossos não estavam acostumados a delicadezas.   Abri devagar e vi surgir "O Conde e o Passarinho", de Rubem Braga.  "Desculpe, está velho, mas o moço disse que é bonito".  Tentei um abraço apertado, mas seu corpo também não estava acostumado a delicadezas.
Esqueci da hora, fiquei lendo até dormir.  Acordo com a luz acesa: duas da manhã. A cama ao lado da minha, continua arrumada.   Sem calçar os chinelos vou até a sala. E lá está ela, dormindo no sofá. Um sono bom, sereno. Quase um sorriso nos lábios. Entre as mãos sobre o colo, um livro aberto: parece um romance.   Eu quero chamá-la, beijar seus olhos, mas não tenho coragem: talvez ela sonhe. Nós dois, numa manhã de sol, descendo as escadas em direção à rua.   O galpão está reaberto, há uma floricultura no lugar do sebo.  Não. Uma loja de espelhos.
          Mas nada mais disso importa: estamos passeando, pisando sobre as ruas de papel.
           E flutuamos docemente sobre as palavras ensolaradas.
                                                                                                                                                                     Gravuras: Brontops Baruq (cedidas pelo autor)
***
Na porta do sebo fechado, vi meu conto pregado, olhando para a rua.
Vi e quase entendi tudo. Ou tentei fingir que não entendia: meio zonzo, fui pedir informação no restaurante de comida capixaba ao lado do sebo:
“Seu Amadeu morreu hoje de manhã. A família pregou esse texto na porta e foi para o velório. Depois vai ter a cremação na Vila Alpina.”.
Agradeci à garçonete e subi, sabe-se lá de que jeito, até minha casa no final da rua Teodoro Sampaio.  E de lá fui para o velório.
As tristezas foram chegando para os olhos e para o peito: os dedos entrelaçados de seu Amadeu, com as unhas amareladas pelo cigarro. O suspiro desalentado de dona Miriam.  O abraço cheio de lágrima de Rebeca, Raquel e Amadeuzinho.
Me lembrei de meu pai, de sua partida.  E descobri a profunda dor da morte revivida.
Os dois, tão diferentes de corpo e temperamento. De sentidos e engajamentos.  Mas perdidas entre as estantes, as semelhanças: o amor pela palavra escrita, pelas páginas sem fim emoldurando o mundo; a ânsia de libertar as almas pelas ideias e criações dos livros. A generosidade de reacender vidas esvaziadas pela miséria.
Durante mais de uma semana, o sebo ficou fechado. E meu conto continuou lá pregado, olhando para a rua.  Sem um rasgo, sem um risco. E quando Amadeuzinho e dona Miriam valentemente reabriram as portas do agora “Sebo Memória...do Amadeu”, meu conto misteriosamente ganhou o mundo: de repente apareceu numa roda de discussão de leitura de jovens da periferia. Noutro dia, serviu para estimular um grupo de pacientes com distúrbios psiquiátricos. E até apareceu como anexo no “Caderno Universitário 1”, “Coesão e Coerência – algumas reflexões” (Piracicaba – Editora UNIMEP, 2004) escrito pela brilhante pesquisadora e doutora em Linguística, Cristina Martins Fargetti.
E por fim, o conto me fez voltar ao sebo numa manhã de chuva.
A porta aberta, o som forte do tango saindo do meio dos livros, das estantes.  Lá dentro, o disco rodando na vitrola.
E em frente à vitrola, de costas para a entrada do sebo, dona Miriam sentada na cadeirinha de madeira.
Soprei seu nome com cuidado, toquei seu ombro, e ela se virou, enxugando os olhos, sorrindo encabulada, “ai, meu filho”.
Puxei a outra cadeirinha, me sentei, e ficamos lá, de mãos dadas, ouvindo o tango do disco.
E esperando os dias seguintes.



Gravuras do conto: Brontops Baruq (cedidas pelo autor)
Ilustração: Erasmo Spadotto – cedida pelo Jornal de Piracicaba
Publicado no Jornal de Piracicaba em 3, 17 e 31/1 e 7/2/2016




sábado, 5 de março de 2016

Samba servidor

(caio silveira ramos)

O menino anda desconfiado: “como é que Papai Noel não se esquece de ninguém/seja rico, seja pobre, o velhinho sempre vem”.  “Sempre vem? Não sei, não...” Mas tanto insistiram que o menino fez a carta: pediu “uma mochila que dure no mínino quatro anos e brinquedos para todas as crianças”. Terminada a carta, ele se lembrou: “vou passar o Natal com a tia Ester... Como ele vai me achar?” Sugeri: “coloque um ‘P.S.’ no final e escreva: ‘vou passar o Natal com a tia Ester’.”  Ele retrucou: “P.S., não. Ele vai precisar é de um GPS”.
Por essas e outras é que o avô adora provocar o menino para ouvir suas respostas.  Num dia desses, enquanto o garoto corria pela sala contando que seu pai voltava muito tarde, às vezes de madrugada, o avô cutucou:
“O que é que seu pai faz, Pedrão?”
O pequeno já tinha me feito a mesma pergunta.  Mas como ainda era muito cedo para explicar sobre a complexa atividade de suporte ao processo legislativo, disse a ele que trabalhava com leis.  E quando a pergunta hoje se repete, dou a mesma resposta ou digo simplesmente: “sou um servidor público. Como seu avós foram”.  E digo com a certeza de quem encontra no “servir” o sentido mais puro e republicano da palavra: servir como quem se doa, sem interesses particulares, mesquinhos ou suspeitos.
“Então, Pedrão? O que seu pai faz?”
“Samba. Meu pai faz samba.”
Os sentidos falaram mais alto.  O menino se lembrou do velho artista cantando, na TV, um samba apaixonado de seu pai.  E o artista, antes de cantar, ainda falou sobre o menino.  E o artista, quando cantou, deixou-se tomar pela música para que ela desse seu recado.  E com a lembrança daquele dia, o menino também foi tomado: as imagens da alegria arrebataram seus olhos, o samba mergulhou nos seus ouvidos, na sua boca e dominou seus sentidos, seu corpo todo:
“Samba. Meu pai faz samba.” E logo o garoto começou a cantar e a dançar, imitando o velho artista.
Estava certo o menino: fazer samba, viver nele, também implica servir alguém. Mas não ser servil, pois o samba não se verga.
Fazer samba, viver nele, exige a altiva doação do sentimento.  Compartilhar a alma, em forma de letra, ritmo e melodia, sem interesse, para espalhar amores, lutas e denunciar injustiças.
Por essas e outras, servidor que sou, continuo chegando tarde por causa do trabalho. Nas madrugadas, feito um boêmio inveterado, giro a chave devagar, retiro os sapatos dos pés e entro na escuridão da casa.
E muitas, muitas vezes, escuto um teque-teque doce no chão da sala (feito um tamborim marcando o compasso) e sinto o menino envolvendo minhas pernas com os braços. Depois, malemolente, ele volta para seu quarto para dormir tranquilo. Ou eu o abrigo num abraço e o carrego até a cama, onde um sonho bom o espera encantado.
E embalado pelo sonho, meu samba acalenta a madrugada.


Ilustração: Erasmo Spadotto – cedida pelo Jornal de Piracicaba
Publicado no Jornal de Piracicaba em 27/12/2015